Vamos deixar uma coisa clara: algumas pessoas sentem sim mais dificuldade que outras para aprender um idioma. E isso não acontece só com línguas. Eu mesma, por exemplo, sempre tive muita facilidade com idiomas mas não sei como consegui passar nas provas de física do ensino médio. Até hoje tenho coceira só em pensar nas fórmulas (e você talvez esteja me julgando por isso nesse exato momento!).
Em toda a minha vida profissional, sempre me entristeceu muito quando algum aluno afirmava que “não conseguia aprender inglês”. Pior ainda era ver essas pessoas tentando, mudando de uma escola para outra, investindo muito dinheiro e por fim desistindo com a crença de que eram incapazes de aprender.
Mas então, por que isso acontece? Selecionamos aqui algumas coisas que podem estar te atrapalhando:
O dobro ou nada
“Ou eu falo de maneira perfeita, sem erros, ou nem abro a boca”. A grande maioria dos alunos tem ou já teve esse tipo de postura em relação ao aprendizado da língua inglesa.
Acontece que essa é a pior coisa que se pode fazer! Há dois grandes problemas nessa forma de pensar:
- Tempo de prática
Vovó já dizia que a prática leva à perfeição. Pense em qualquer outro exemplo da sua vida, seja aprender a dirigir, cozinhar, pintar sem sair das linhas…independentemente do que seja, você precisou de muitas horas praticando até ficar bom naquilo. Então por que com um idioma seria diferente? O número de horas de estudo/prática é super importante para adquirir proficiência, tanto que hoje em dia o aprendizado de idiomas é definido por horas de estudo. Leia mais sobre o assunto aqui.
- Expectativas muito altas
Muitas pessoas se colocam esse objetivo (quase inatingível) de falar com total fluidez, sem nenhuma dificuldade de vocabulário, sem absolutamente nenhum erro e sobre qualquer tema. Na maioria das vezes isso não é essencial para os seus objetivos. Afinal, por que você precisa saber discutir política e filosofia com argumentos super profundos em inglês, sendo que a sua necessidade real é de responder e-mails e participar de reuniões no trabalho? Adeque suas expectativas aos seus objetivos e você terá metas muito mais reais e fáceis de conquistar. Se você quiser aprender como definir metas para os estudos, clique aqui.
Medo ou vergonha
Este é o tema mais complexo para discutir nesse texto porque o medo ou vergonha podem ter raízes muito mais profundas do que simplesmente “medo de errar uma conjugação”.
Para você começar a entender melhor de onde vêm as suas dificuldades com a língua inglesa, sugiro que todas as vezes que se sentir desconfortável em falar na frente de alguém ou ficar inventando milhões de desculpas para não fazer a homework, tente pensar de onde está vindo aquele sentimento.
É porque o professor falou de um jeito que você não gostou? Por que isso te incomodou?
Você tem vergonha de falar inglês na frente de outras pessoas? Isso seria por medo do julgamento delas?
Talvez você tenha esse bloqueio por conta de um professor do passado?
A partir daí, você pode começar a tentar resolver o problema desde a raiz.
Não somos ensinados a “estudar”
O que normalmente acontece é: vamos até a escola, sentamos sempre no mesmo lugar, recebemos uma apostila (ou livro) e tudo que precisamos aprender está ali dentro. O professor explica, nós copiamos e depois replicamos numa prova.
Veja que não há um propósito definido com aquele aprendizado. Se você perguntar para qualquer aluno(a) HOJE o porquê de se aprender sobre o império romano, ele(a) provavelmente não saberá responder.
Além disso, os alunos não têm autonomia sobre seu próprio aprendizado; fazem o que é solicitado e ponto final. Isso gera dois problemas: a crença de que estudar é algo chato e a falta de responsabilidade em relação ao próprio aprendizado; espera-se que haja sempre um guru para guiá-los.
- Estudar (inglês) é chato
Isso só é verdade se você quiser que seja. Quando falamos em estudar, não estamos falando somente de exercícios de gramática. É possível estudar inglês jogando videogames, assistindo a séries ou filmes, no YouTube ou no Spotify e até mesmo no Telegram; eu aprendi muito do que sei hoje assistindo séries e alguns dos meus melhores alunos tinham um vocabulário ótimo porque jogavam videogame. O que acontece em todos esses casos é o contato constante com o idioma que se está aprendendo, e como se está fazendo algo por prazer, há uma ligação emocional com aquele conteúdo, o que também facilita o aprendizado.
- A necessidade do guru
É muito confortável esperar que o professor sempre fale tudo o que você precisa fazer, mas esse conforto tem um preço alto: ele te impede de atingir todo o seu potencial. Aqui na Plano A, sempre motivamos os alunos a trabalharem em três pilares: a aula, a tarefa de casa e o “extra”.
A aula é um momento importante para você tirar suas dúvidas, praticar e receber feedback do seu desempenho.
A tarefa de casa (que muitos odeiam) é um momento em que todas as suas dúvidas vão surgir porque você está praticando sozinho e porque você está de fato testando os seus conhecimentos.
O “extra”. Se você já fez aulas de idiomas em grupo, você percebeu que é comum todos os alunos iniciarem mais ou menos no mesmo nível e ao final de um semestre terem desempenhos completamente diferentes. Isso acontece por conta do “extra”: as horas dedicadas a fazer coisas por prazer em um outro idioma. Como dissemos anteriormente, a aquisição de uma língua é contada em horas e quanto mais você conseguir se dedicar, mais rápida será a sua evolução.
Se você aprendeu a falar português (talvez até espanhol), se aprendeu dirigir carro, cozinhar, correr; se aprendeu matemática, história, geografia….então você vai conseguir aprender inglês, sim! Se quiser uma ajuda, entre em contato com a Plano A!
Professora de inglês e alemão, abraçadora de cachorros e Friends é melhor que How I Met Your Mother. Formada em Letras, atua como professora desde 2004; ama aprender sobre outras culturas e discutir ideias que podem mudar o mundo.