Básico, intermediário ou avançado?

Básico, intermediário ou avançado?

 

Essa pergunta sempre aparece quando estamos elaborando nosso currículo nos preparando para uma entrevista de emprego. Mas você saberia responder?

Pensando no exemplo do currículo, faça o seguinte exercício:

Você usaria a mesma palavra para classificar seu nível de inglês (ou qualquer outra língua estrangeira) da mesma forma se fosse enviar o seu currículo para uma empresa brasileira ou para um país onde aquela língua é a oficial? Acredito que não, né?

Para piorar, algumas escolas ainda usam essas palavras quando querem vender seus cursos, causando ainda mais confusão para os alunos.
Quem nunca ouviu que “você vai do básico ao avançado em seis/doze/dezoito meses”? Será que a pessoa que fez, por exemplo, seis meses de curso de inglês tem o mesmo nível de um falante nativo ou mesmo de uma pessoa que estuda inglês há 10 anos?

Viu só como esse sistema é falho?

O problema todo é que essa é uma definição muito vaga, variando de acordo com o contexto. Portanto, definir seu nível de inglês dessa forma não é o ideal.
Foi buscando solucionar esses problemas que o  conselho Europeu desenvolveu o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (CEFR). O quadro é dividido em seis níveis e, atualmente, todas as línguas são divididas dessa forma, não somente línguas europeias.

A - Básico

A1 Iniciante

Usuário capaz de compreender e usar expressões familiares e cotidianas bem como enunciados muito simples que visam satisfazer necessidades concretas. Pode apresentar-se e apresentar outros e é capaz de fazer perguntas e dar respostas sobre aspectos pessoais como, por exemplo, o local onde vive, as pessoas que conhece e as coisas que possui. Consegue comunicar-se de modo simples, se o interlocutor falar lenta e claramente e se mostrar disposto a se fazer entender.

A2 Básico

Usuário capaz de compreender frases isoladas e expressões frequentes no que tange a informações pessoais e familiares simples, compras e o mundo que o cerca. É capaz de comunicar-se em situações simples e em rotinas que exigem apenas trocas de informações simples e diretas sobre assuntos que lhe são familiares e habituais. Consegue descrever de modo simples a sua formação, o que o cerca e, ainda, discorrer sobre assuntos do dia-a-dia.

B - Independente
B1 - Intermediário

Usuário capaz de compreender a ideia geral quando conta com uma linguagem clara e estandardizada e assuntos familiares como tema abordados no trabalho, na escola e nos momentos de lazer. É capaz de lidar com a maioria das situações encontradas na região onde se fala a língua-alvo. É capaz de produzir um discurso simples e coerente sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal. Consegue descrever experiências, eventos, sonhos, esperanças e ambições, bem como expor brevemente razões e justificativas para uma opinião ou projeto.

B2 - Usuário Independente

Usuário capaz de compreender as ideias principais em textos complexos sobre assuntos concretos e abstratos, incluindo discussões técnicas na sua área de especialidade. É capaz de comunicar-se com certo grau de espontaneidade com falantes nativos, sem maiores problemas. É capaz de exprimir-se de modo claro e pormenorizado sobre uma grande variedade de temas e explicar um ponto de vista sobre um tema da atualidade, expondo as vantagens e os inconvenientes de várias possibilidades.

C - Proficiente
C1 - Proficiência Operacional Eficaz

Usuário capaz de compreender um vasto número de textos longos e exigentes, reconhecendo os seus significados implícitos. É capaz de exprimir-se de forma fluente e espontânea sem precisar procurar muito pelas palavras. É capaz de usar a língua de modo flexível e eficaz para fins sociais, acadêmicos e profissionais. Consegue exprimir-se sobre temas complexos, de forma clara e bem estruturada, manifestando o domínio de mecanismos de organização, de articulação e de coesão do discurso.

C2 - Domínio Pleno

Usuário capaz de compreender, sem esforço, praticamente tudo o que ouve ou lê. É capaz de resumir as informações recolhidas em diversas fontes orais e escritas, reconstruindo argumentos e fatos de um modo coerente. É capaz de se exprimir espontaneamente, de modo fluente e com exatidão, sendo capaz de distinguir finas variações de significado em situações complexas.

E em quais desses níveis que os termos “básico, intermediário e avançado” se encaixariam?

(Eu vou me basear no sistema atual de escolas de idiomas para responder. Apesar de escolas de idiomas terem programas MUITO diferentes umas das outras, vou usá-las como exemplo por serem referências um pouco mais padronizadas.)

Quando você vai a uma escola de idiomas, o que eles dizem “do básico ao avançado” NO GERAL se trata dos níveis A1 ao (no máximo) B2.


“Nossa, mas então as escolas de idiomas estão enganando as pessoas?”.

Não, não estão. Acontece que o nível “C” é considerado nível acadêmico, ou seja, é essencial para quem precisa usar o idioma de maneira aprofundada, para escrever textos ou artigos, por exemplo. Como a maioria dos alunos não tem esse objetivo, as escolas oferecem até o nível B2, que é suficiente para viver e trabalhar em outro país.

Portanto, eu definiria os níveis de idioma da seguinte forma:

Nível básico – A1 ou A2 (até 200 horas de estudo)
Nível intermediário – B1 ( de 200 a 400 horas de estudo)
Nível avançado – B2 ou superior (acima de 500 horas de estudo)

Mas você sabe exatamente qual é o seu nível de inglês?

Caso queira descobrir, pode fazer esse teste aqui. Espero que agora você consiga responder com segurança sobre o seu nível de inglês.

Se você busca aprimorar seu nível de inglês e/ou atingir uma proficiência específica, entre em contato com a Plano A Cursos Online. Nós podemos desenhar um curso especialmente para você alcançar com confiança o nível que deseja. 

Fontes:

https://www.britishcouncil.org.br/quadro-comum-europeu-de-referencia-para-linguas-cefr
https://www.coe.int/en/web/language-policy/home
http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/Documentos/quadro_europeu_comum_referencia.pdf