Você já parou pra pensar como todo mundo tem sotaque? Isso em qualquer língua! Você é do Brasil, mas seu sotaque pode ser paulista, carioca, baiano, gaúcho… e por aí vai. Não existe uma única pessoa no mundo sem sotaque, e isso não é nada mais e nada menos do que uma forma linda de você representar o lugar de onde você vem!
Mas aí vem a pergunta: se todo mundo tem sotaque, e isso não é um problema, o que é que tanto a gente corrige nas aulas de inglês? Eu preciso “perder” o sotaque? E onde entra a pronúncia nesse papo?. Bom, vamos lá, a gente explica.
1: Sotaque é identidade, pronúncia é precisão
O sotaque não é nada mais e nada menos do que o som da sua língua materna dando as caras nas outras línguas que você aprende. Já a pronúncia afeta a articulação das sílabas, e pode prejudicar o entendimento. Fica aqui o exemplo do grande Chef Jacquin, quem já assistiu o Master Chef vai saber: todos sabem que ele é francês e isso é muito evidente no sotaque dele falando que “falta tomperro”, mas tem um episódio em que (mais de uma vez) ele pergunta pro participante “você experimentou?”, mas o participante entende “tem pimentão?”. Opa, é aqui que a gente traça a linha entre sotaque e pronúncia.
Então tenha sempre em mente, o sotaque é só o “seu jeitinho de falar”, a pronúncia é sobre ser entendido!
2: Sotaques nativos existem e podem ser muito difíceis!
Você já parou pra pensar em como essa diferença enorme de sotaques que temos em português é ainda maior com o inglês? Bom, você já tentou entender um português de Portugal falando rápido? Imagine o que os ingleses passam tentando entender um americano interiorano falando rápido, ou os neozelandeses tentando entender um escocês. É bem por aí!
Ou seja, ter sotaque é tão normal que mesmo entre nativos isso pode ser um desafio. O importante é a gente se esforçar pra ter uma boa pronúncia, assim o sotaque fica sendo nada mais que o nosso charme.
3: Parecer nativo não é o objetivo!
Pense bem e tente responder: como é a fala de um nativo do inglês? Agora, com essa reposta em mente, compare uma pessoa dos EUA, com um australiano. Os dois são nativos mas eles não falam nem parecido!
Então, a verdade é que você não precisa falar como um nativo para falar bem inglês!
O inglês é a língua mais falada do mundo e, em boa parte das vezes, ele vai ser falado entre duas pessoas não nativas. Pense bem, se você, um brasileiro, for pra China, qual é a língua mais provável de você conseguir se comunicar? Então o importante não é soar como um nativo, e sim entender e ser entendido!
4: Boa pronúncia é uma questão de prática!
A melhor analogia que podemos fazer aqui é com o esporte. Imagine só, se você pega um manual de vôlei, o mais completo de todos, você estuda e estuda e responde as questões e faz as provas e… você vira um bom jogador de vôlei? Não, porque esportes são práticas físicas, precisam de músculos e coordenação. E, adivinha só… falar também!
Pronunciar os sons da maneira correta envolve toda uma coordenação de músculos que a gente treinou a vida inteira na nossa língua materna. Mas agora tem que praticar uma outra, aprender um novo esporte 😉
E aí, pronto pra colocar esse inglês pra malhar e afiar a pronúncia? Vem com a gente! Temos um monte de dicas boas pra te ajudar aqui no nosso blog, além dos updates no nosso Instagram e, claro, se quiser exercitar o inglês no mano a mano com professores e alunos tão interessados quanto você, vem pro nosso Conversation Club!

Professor, educador e pesquisador, é formado pela UFBA e pós graduado pela Belas Artes em São Paulo e atua na área da educação desde 2016.